1 de dez. de 2008

"Isso é um Diário de uma paixão?"

Eu sempre tive o grande sonho, o incessante desejo de ter em mim uma grande paixão, uma pessoa que tomasse em mim o verdadeiro prazer de viver, o verdadeiro sentimento, o verdadeiro sabor do amor. Eu procurei em cada beijo o verdadeiro carinho, a sincera sensibilidade no singelo ato de levar a mão ao queixo no momento sublime do toque dos lábios. Eu procurei no calor da troca de braços, num abraço, o real prazer da companhia, a primeira e única vida dupla em um só corpo e em um só órgão o pulsar ambivalente de dois peitos sonoros que tocam juntos. Eu procurei na troca de saliva, no malear dos lábios a inenarrável mágica do respeito entre dois corpos...
Nada disso encontrei. Nos meus ouvidos nenhuma canção de amor tocou enquanto olhei para cada olhar de meus pretendentes...
Vivi relembrando cada momento, cada minuto ao lado de todos aqueles que ao meu lado estiveram, por algum motivo, procurando o mesmo que eu, ou simplesmente tentando desfazer-se do sentimento solidão. Com ou sem nenhum ou algum desejo ou amor. Meus olhos vasculham em meio a inúmeros olhares na calçada, sem sequer um real sentimento a não ser sexual.
Ninguém gosta de alguém certinho, clássico, respeitoso... nem eu.
Eu sou usuário da humanidade, eu usufruo somente do prazer de gozar sexualmente por dois minutos, dois minutos ofegantes e suados, dois minutos gemidos e gargalhados, dois minutos de deleites da beleza superficial.
Todo esse grande sonho, todo esse incessante desejo existe... em minha memória.
Eu?
Eu sou Cícero Alves Do Nascimento e sou a única pessoa verdadeiramente, que sobre todas e quaisquer hipótese acredito amar.

(NarCícero Nascimento)

Um comentário:

Adriano Veríssimo disse...

Amar a si próprio é um ótimo começo e um ótimo final...pena que as vezes é necessário abrir mão disso, no meio...

Beijo